© José Vicente

Tuesday, November 7

Saturday, October 21

Monday, October 9

pares aleatorios bau2003

Zé Galo, uma vez disse:

“As visões inocentes da infância aparecem apenas quando somos corruptos.
É uma inevitabilidade natural da cinematografia adulta.
As cenas quase bucólicas, as cores esbatidas e o brilho baço.
Pouco mais há a dizer sobre elas.”


A palavra é um espelho retrovisor embaciado.


O sangue latino fervilha no alcatrão como o de todos nós perante o desconhecido.
Mais perto ou mais longe, impõe-se uma ultrapassagem.
E aí o limite

deixa de o ser.
Perde-se a essência da impossibilidade, num prefixo
O inultrapassável limite impõe-se à distância.
na própria contemplação.

Tuesday, October 3

Uma lá da terra

A Luísa e o resto da canalha a quem estava atribuído o pastoreio naquele canto rasgado de Trás-os-Montes, costumava abalar atrás das cabras e do tio Jerónimo seguindo os caminhos e o nome da sua província.

Todos gostavam do velho e o mais normal era as cabras pastarem e eles lançarem uma corda com uns nós, a um galho grosso, que vinham a ser o selim que o tio Jerónimo punha a balouçar. Ou onde ele mesmo por vezes se sentava deixando as crianças sacudirem o riso...
Foi pois normal que quando o velho morreu todos os miúdos achassem que deviam ir ao enterro.
Não se tinha medo dos mortos nas aldeias. Morria-se ali ao lado nos quartos e nas camas dos velhos cansados. E este cheiro como o da fertilidade dos campos fluía pelas narinas desde tenra idade.
Estava tudo mais ou menos bem, despediam-se do tio Jerónimo junto da terra escavada.
O que a Luísa não esperava era que a uma pazada do coveiro lhe fizesse saltar aos pés um crânio inusitado que ao aterrar rachou, deixando escapar o visco pelas frestas recém abertas.
A miúda era franzina mas rija, mas de um vigor físico que de nada podia para com esta visão sobranceira.
Ficou de cama vários dias e diz-se que já estava prontinha. Perguntem-lhe como se safou...

Tuesday, July 4

Depois da minha experiência com gato, marido e blog infindável de fotos e pasmaceira diária, cheguei aqui.

Parece pouco, eu sei.

Mas depois de tudo o que já -3n63- 3 36--3-- noutros tempos 3 espaços...
Eu acho que é esta sanidade de inventar purgas mais ou meSon consistente.

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Friday, June 23

Ok mister... Do you wanna tell me where da fuck you think you're going?!

- I... I have my orders sir.

- That's exactly what I'm asking you about!

- Well... I've been told
very strictly told
not to make any comments regarding my other orders.

- Oh... Ok...
I am sorry to put you under this stressful situation - cause some things I need to know mister...
So...
Why da fuck don't you start talking know before I get more curious and spank your blattering out of you!

Oh!
I'm sorry again.
This was rude of me.

Here's what we'll do
Leio estas palavras
que estão já escritas há não sei quanto tempo.
Estão aqui
a lembrar-me a arquitecta das obras inacabadas
conduzidas por um fio
de pistas para a cidade)

Wednesday, May 17

noise-random fluctuations or similar brain activity

Um tipo está em sua casa
(casa de banho)
Incomodado pela tripa
(tripa no ventre)
As descargas intestinais são intervaladas por outras de fôlego

sucessivamente
e
acalmando
a
agonia.

Veste-se e sai
(sai daquela casa)
(e vai)
para a casa de jantar.
Senta-se no sofá e tira do bolso uma mão de cartão espalmado.

Sai de casa
e vai
(regressar e ver as cólicas regressar)
a mão no ventre e pela porta a escorregar.

No chão incendeia um papel e um grunhido.

Noutra casa
salpicos de água e azulejos
seguram o chuveiro
dentes
urina no banheiro
(sentido maravilhoso)

Monday, April 17

Tuesday, January 17

Navalha ou Crónica Forçada

Faz hoje anos que aquela figura incontornável da nossa praça desapareceu.
Deixou vazio um lugar
mas

Parece que estou ainda a ouvi-lo dizer Ó santasnoites eu é que lhe agradeço a amabilidade

Um vulto
nesta
e em tantas outras áreas

Parece até que estou ainda a ouvi-lo dizer Ó santasnoites o meu caro não pode

Como era, e como é agora a voga em o dizer, seu apanágio não poder deixar não olhar o mundo reflexivo.
E são estas linhas reflexo.
Observo o vazio deixado e devo pela primeira vez deixá-lo observado.

Cara amiga
A voz serena
Ouvida
Serena

Deixar de observar bigodes na rua, cabeças a estruturar crónicas no papel e ter de pensar
Não.
Isto não é bem assim. Eu sei muito bem que estes bigodes e estas impressões não existem na sua própria medida. Mas apenas na minha.
E ainda me dizem que é tudo cidadania. Ó santasnoites parece que estou a ouvi-los dizer Não se esqueçam que exercer direitos deveres e mais não sei o quê.
É preciso aparar bem rente.