© José Vicente

Friday, October 28

Tuesday, October 25

I always contradict myself

No início desta sessão devo relembrar as virtudes do civismo.

Recomendar-lhes moderação no vernáculo, discrição na marmelada e cuidados com as apropriadas posições do corpo.

EXT. RUA DESERTA/CIDADE - ANOITECER
Um camião passou.
Um camião apenas num plano.
Daqueles com espinha e vértebras salientes. No pano. Não o plano.

De lona verde suja justa ao esqueleto.
Existem palavras brancas anunciadas no seu dorso. Mas não são inteligiveis mais que algumas letras.

INT. COCKPIT - ANOITECER
O homem que o conduz já não se lembra de onde vem. Apesar de não pensar nisso...
Mas é quando não pensa que se angustia.
A angústia da escolha inconsciente que faz o pensamento.
Bem e mal.

Dirá a si próprio as coisas não serem tão simples. Nada ser preto ou branco.
Definitivamente indefinido.

O homem incendeia finalmente um rolo de tabaco.
Agora com decisão na voz e nos silêncios, nas palavras e nas pausas correctas, reafirma a sua jornada:

Este é um passo à frente
se te lembrares dos que já deste.

Ou um lagarto seco
da velhice
a segredar-te o que não leste
porque não está escrito.
Sussurros antigos
como o lagarto que os sopra
e a tua cartilagem morta
por absorvê-los com pena.

Decair num estado concreto
côr do único verso

EXT. RUA DESERTA/CIDADE - ANOITECER
O camião está parado.
A lona verde é fustigada pelo vento e ouvem-se brandais a bater no mastro metálico.
O homem obedece às ordens.
Da escuridão interior na caixa, a lona rasga-se ao meio e o homem exibe o seu recheio.
Observa um homem fardado e com a face tapada pela sombra da pala.

Monday, October 17

Thursday, October 13

Flebotrombose, no fundo...

análises
Ou as frases que disse Penso que foram assim Digo-as assim

Das caras De forma À minha frente Molas de carne De gente
No fim do dia o dia é detergente
Um ser
Finalmente sabemos ter existido sem nunca o sabermos
sínteses

patinhasnasnhanhas

Friday, October 7

e agora com letra minha e música da minha madrinha

gnileef afaida

As bor-bo-le-tas
são-co-mas-o-ve-lhas
fo-fo-ro-fo-fi-nhas
cha-í-nhas-de-ma-nhas

As bor-bo-le-tas
são-co-mas-a-ra-nhas
ras-pão-ras-pão-ras-pão
pa-tinhas-nas-nha-nhas

Mas os por-cos
tam-bém-são pór-qui-nhos
ras-pão-ras-pão-ras-pa-na-nha-nhó
fu-ci-nho

Mas os por-cos
tam-bém-são pór-qui-nhos
ras-pão-ras-pão-ras-pão-na-nha-nhó
fu-ci-nho

ras-pão-ras-pão-ras-pão
pa-tinhas-nas-nha-nhas
ras-pão-ras-pão-ras-pão-na-nha-nhó
fu-ci-nho
Resta-me pedir desculpas por tudo o que já foi escrito.
Acabo de o fazer novamente, e ainda há pouco me preparava para o fazer também quando surgiu esta urgência.

Nem por isso,
me sinto mais sereno.

Principalmente sabendo
o que está para vir,

Peço então perdão já estava dito.

Monday, October 3


There are always things coming out of the blue.

Even more so if you're looking through.

Saturday, October 1

7:02 PM

Oh Pá.
É aí.
Sim.
. Right there.
Esse pontinho aí. Esse pontinho aí.
Esse pontinho sou eu.
sou eu que ligo e desligo.




ligo e desligo.



ligo e desligo.




Bom.
Centro.
Não aí.
Em todo o lado.
E o raio da circunferência é indeterminado.



.



Bolas.
Vomito.
Nem ligo nem desligo.
Centrei.
Foi ao lado.

O homem do lixo

Quando as coisas correm mal a culpa é sempre do treinador.

Não poderia nunca esgrimir-me pela honra desta disputa...
Motivos intrínsecos e extrínsecos à mesma tornavam a semântica e a sintaxe armas flácidas se desembainhadas. Porquê dizê-lo?
No meu entender as palavras, a frase, e a sua articulação são de uma podridão arremessável ao visado.
Mas estes argumentos são impronunciáveis e de uma qualidade duvidosa.
Aliás, logo o primeiro soco que me esbarrou nos dentes trazia essa depreciação.
Talvez não tivesse entendido logo à primeira.
Mas pacientemente se foi desenhando o enxerto de porrada.